Os Encantos de Bariloche
Sempre ouvi falar muito sobre Bariloche, mas a primeira vez que realmente prestei atenção foi no ensino médio, quando meu professor de Geografia contou sobre uma viagem que fez para lá. Desde então, fiquei curiosa para entender por que esse destino é tão procurado, principalmente no inverno, quando atrai visitantes do mundo todo para suas estações de esqui. Então, quando montei meu bucket list de viagens, é claro que incluí Bariloche: eu precisava conhecer! Depois do nosso pitstop pela Argentina, seguimos viagem rumo ao sul para explorar essa cidade tão famosa e, claro, viver a experiência de ver a neve de perto de novo pois nunca me enjoo e me aventurar nas pistas de esqui.
Pegamos um voo cedo de Buenos Aires para Bariloche. Foi um trajeto rápido e tranquilo, e eu mal podia conter a empolgação. Assim que saímos do aeroporto, o ar gelado da Patagônia nos envolveu como um aviso de que a aventura começava ali.
Já tínhamos uma reserva de carro. Não alugamos um 4x4, mas o veículo vinha equipado com as famosas correntes para os pneus, caso fosse necessário, afinal, estávamos lá em plena temporada de neve. A estrada até a cabana foi outra experiência à parte: o caminho serpenteava por montanhas cobertas de branco, e cada curva revelava uma paisagem mais linda que a outra.
Eu já tinha visto fotos da nossa hospedagem, mas confesso que estava ansiosa para ver tudo ao vivo. Ficávamos imaginando como seria acordar ali, com vista para o lago. E a expectativa só aumentava conforme nos aproximávamos.
Lago Gutiérrez em frente à nossa cabana.
Quando chegamos, cá entre nós, parecia coisa de filme. Ficamos em uma cabana toda de madeira e vidro, de frente para o Lago Gutiérrez. Ao abrir a porta, foi impossível não soltar um “uau”. Ao vivo, era ainda mais lindo do que nas fotos. Na minha opinião, foi o ponto alto da viagem.
Depois de descarregar as malas e dar aquela espiada em cada cantinho, fomos ao supermercado abastecer nossa casinha para os próximos dias. E olha que interessante: estava tão frio que os azeites nas prateleiras estavam congelados! Haha!
Compramos algumas coisas para preparar uma sopinha à noite, porque depois de toda a comilança em Buenos Aires, estávamos desejando uma comida mais caseira e reconfortante. Também aproveitamos para comprar itens para o café da manhã.
Do mercado, voltamos para a cabana, e todo mundo acabou tirando um cochilo para recarregar as energias. Mais à noitinha, fizemos a sopa bem quentinha e finalizamos o dia com um filme do Harry Potter.
Eu já tinha olhado na meteorologia que havia chances de neve, mas confesso que não estava criando muita expectativa. Só que, na manhã do dia seguinte, quando acordei, preparei meu café e fui lá fora… ESTAVA NEVANDO!
Ai, gente… como a neve é linda! De repente, tudo ficou branquinho, parecia um sonho. Foi um verdadeiro presente de Deus!
Dia de neve em Bariloche e eu igual criança.
Nos arrumamos para sair e bater perna, e a neve começou a cair ainda mais forte. Seguimos de carro, com bastante cautela, até o centro de Bariloche para pegar dinheiro no Western Union. Que rolê, viu? Muita neve, muito frio, mas no final deu tudo certo!
Depois, já aproveitamos para conhecer uma das famosas parrillas argentinas. O lugar que escolhemos (e que eu recomendo muito) foi o El Boliche "De Alberto". Para entrar, enfrentamos uma fila, mas ela andou bem rápido, até porque chegamos cedo.
El Boliche De Alberto.
Lá dentro, o ambiente é super aconchegante e a decoração tem aquele charme rústico. Uma das coisas mais legais é que você consegue ver a parrilla acesa e os parrilleros trabalhando na chapa, preparando tudo na hora. Dá para acompanhar todo o movimento da cozinha enquanto espera seu prato.
O atendimento foi muito rápido e atencioso, e a comida… maravilhosa! Pedimos a tradicional parrilla, que estava uma delícia. Mas já adianto: as porções na Argentina, no geral, são muito bem servidas. Então, se você não estiver morrendo de fome, uma porção tranquilamente serve duas pessoas. Foi uma experiência deliciosa e que valeu muito a pena!
Catedral de Nuestra Señora del Nahuel Huapi.
E olha que loucura: chegamos no restaurante com a neve caindo e, quando saímos, tinha um solzão lindo! Aproveitamos para bater perna e ajudar na digestão.
O primeiro ponto que visitamos foi a Catedral de Nuestra Señora del Nahuel Huapi. Ela é lindíssima por dentro e por fora, com uma arquitetura em estilo neogótico que chama atenção de longe. Por dentro, é toda iluminada por vitrais coloridos e tem um clima de paz que contrasta com o frio lá de fora. Fica bem na beira do Lago Nahuel Huapi, o que deixa o visual ainda mais impressionante.
O lago, por si só, é a coisa mais linda. A água tem um tom azul profundo que muda conforme a luz do dia, e as montanhas ao fundo pareciam pintadas à mão. Claro que paramos um tempinho só para ficar ali admirando a paisagem e tirando algumas fotos. Foi um momento especial, daqueles que você sente vontade de guardar na memória pra sempre, antes de seguir conhecendo outras regiões de Bariloche.
Mamuschka.
Depois, fomos parar na famosa Mamuschka, que tinha sido muito recomendada pelo chocolate quente. E, claro, não resistimos e entramos para experimentar, né? Chocolate quente + friozinho lá fora… combinação perfeita!
O chocolate estava uma delícia, super cremoso e bem quentinho, do jeito que precisava para esquentar a gente depois de tanto caminhar. Valeu cada caloria extra, haha! Aproveitamos também para escolher alguns chocolates artesanais, tudo tão bem feito que dava até dó de comer. Pegamos alguns para levar e beliscar nos próximos dias.
1001 tipos de chocolates da Mamuschka.
Saímos de lá recarregados, prontos para continuar explorando o centro de Bariloche e aproveitar aquele dia lindo que começou com neve e terminou com sol. Foi um passeio delicioso em todos os sentidos!
Ali por perto dá para bater bastante perna, viu? Aproveitamos para visitar a Galería del Sol, que tem lojinhas super legais e cheias de produtos típicos. Por lá, você encontra de tudo um pouco: lembrancinhas artesanais, roupas de lã, cerâmicas pintadas à mão, produtos de couro e, claro ímãs de geladeira!
A galeria em si é muito charmosa, com corredores de madeira e vitrines caprichadas que dão vontade de entrar em cada cantinho. Achei o clima bem acolhedor, e foi ótimo passear sem pressa, olhando cada detalhe e escolhendo algumas lembranças para levar pra casa.
Galería Del Sol.
Voltamos para a cabana porque, mais à noite, tínhamos uma reserva na Cervejaria Patagonia! E, sim, super recomendo que façam reserva, porque o lugar LOTA mesmo!
O acesso de carro é fácil, embora a cervejaria fique um pouco mais afastada da nossa hospedagem. Mas, como estávamos de carro, isso não foi problema, aliás, acho muito válido vocês alugarem um também, porque facilita bastante o transporte pela cidade.
Chegando lá, tem um estacionamento disponível, e depois a gente anda um pouquinho até a entrada da cervejaria.
Cervejaria Patagônia.
A Cervejaria Patagonia é um lugar incrível que combina boa comida, ótimas cervejas e uma vista espetacular. Localizada no Circuito Chico, às margens do Lago Moreno, a cervejaria oferece um ambiente rústico e aconchegante, com mesas compartilhadas e um deck com vista para o lago e as montanhas.
O cardápio é sazonal e inclui pratos que harmonizam perfeitamente com as cervejas da casa, como hambúrgueres, risotos, empanadas e pratos com ingredientes típicos da Patagônia. Além disso, há opções vegetarianas e sobremesas deliciosas.
Uma das atrações imperdíveis é o Tour Cervejeiro, que oferece duas opções:
Tour de 1h30: Inclui quatro degustações diferentes.
Tour completo de 2h15: Inclui degustação de cervejas harmonizadas com um menu de jantar em três tempos.
Não fizemos mas fica aqui a sugestão! Parece ser bem legal!!
Foto pré esqui só para mostrar o look.
E claro que, ao visitar Bariloche, você não pode perder a experiência de ir pelo menos um dia ao Cerro Catedral para esquiar ou, para quem nunca esquiou na vida, experimentar essa sensação única! Como era nossa segunda vez, já chegamos, alugamos os equipamentos e fomos direto para a pista.
O esqui, somado ao aluguel dos equipamentos, fica em torno de R$500 por pessoa/dia. Não é um esporte barato, mas vale cada centavo pela experiência. O Cerro Catedral tem espaço para todos os níveis, do iniciante ao profissional, com pistas variadas e bem sinalizadas.
Ao chegar, você pode deixar o carro no estacionamento, que não é caro e se não me engano, pagamos cerca de R$50 pelo dia inteiro. Depois de estacionar, sempre aparece alguém oferecendo indicações de lojas de aluguel, caso você ainda não tenha o seu equipamento reservado.a
Pré ski na loja de aluguel de equipamento.
Nós alugamos em uma loja chamada Aurelio, não sei se ainda está aberto mas fica aqui minha indicação. O atendimento foi excelente, e o pessoal foi super prestativo. Dica importante: seja exigente na escolha da bota, porque se ela ficar apertada ou incomodar, pode machucar seu pé e estragar o seu dia (isso aconteceu comigo no Chile e foi uma péssima experiência).
Equipamentos prontos, café tomado... hora de esquiar! Os ingressos para o parque compramos lá mesmo, pois o site estava fora do ar no dia. Havia uma pequena fila, mas nada muito demorado.
Se puder, leve umas barras de proteína ou chocolates no bolso. Você vai se empolgar e nem perceber o tempo passar e a fome chega rápido, principalmente pelo gasto calórico absurdo desse esporte! Só a bota e os esquis já pesam bastante, e você ainda sobe e desce montanha o tempo todo.
Empanadas do restuarante no Cerro Catedral.
No topo, há alguns restaurantes com vistas incríveis, alguns exigem reserva antecipada, outros não. Vale conferir essa informação antes de ir. Mas, se preferir não parar para comer, as barrinhas e snacks vão salvar seu dia.
Parte de fora do restaurante no topo do cerro catedral.
Nós fomos dois dias ao Cerro. No primeiro, fizemos mais aulas para aprimorar a técnica e ganhar confiança. No segundo dia, já arriscamos algumas pistas intermediárias, foi maravilhoso sentir aquela mistura de adrenalina e liberdade!
Cá entre nós, não tem sensação melhor. Eu amo esquiar, mesmo sendo super iniciante. É uma experiência que recomendo a todo mundo! E o cerro catedral é a coisa mais linda do mundo! Eu sou uma pessoa que dificilmente volto num mesmo destino, mas Bariloche eu voltaria todos os anos para esquiar.
Uma das paradas do circuito Chico.
Para aproveitar nosso último dia nesse paraíso, não poderíamos deixar de fazer o famoso Circuito Chico — um passeio turístico imperdível em Bariloche, Argentina, que revela paisagens deslumbrantes do Lago Nahuel Huapi e seus arredores.
Com cerca de 60 km de extensão, o circuito pode ser feito de carro, ônibus ou bicicleta. Como estávamos de carro, aproveitamos para ir no nosso ritmo, parando nos cantinhos mais encantadores e curtindo toda a paz que o lugar oferece.
Entre as paradas, destacam-se o Cerro Campanário, a charmosa Capela San Eduardo e o icônico Hotel Llao Llao, cada um com sua beleza única.
Na hora do almoço, paramos no Punto Panorámico, onde comemos uma pizza deliciosa com uma vista simplesmente incrível das montanhas da região: o nome do restaurante não é por acaso!
Durante o percurso, tivemos até a sorte de avistar uma raposa, um momento especial que só a natureza de Bariloche proporciona.
Depois de tanto passeio, finalizamos o dia tomando um café e alguns drinks no famoso Hotel Llao Llao. Que lugar maravilhoso! Quem sabe numa próxima visita a Bariloche não nos hospedamos por lá? O hotel é realmente lindo e merece ser explorado com calma.
Placa Bariloche.
E, como turistas que somos, não poderíamos deixar passar a oportunidade de registrar aquele clique clássico na placa de Bariloche, situada às margens do lago, bem no ponto final do Circuito Chico. Além disso, vários fotógrafos profissionais ficam ali para garantir que o momento seja capturado com qualidade. O melhor de tudo é que ela te envia a foto na hora, permitindo que você leve para casa essa lembrança especial e instantânea da viagem. Foi um detalhe que adorei e que tornou a experiência ainda mais inesquecível! E foi super baratinho, coisa de 20 reais 3 fotos! <3
Ice Bariloche.
Para finalizar a noite com chave de ouro, fomos conhecer um bar temático super diferente: um bar de gelo! Eu adorei a experiência, é realmente algo único e divertido, mas vou te contar... pensa num frio!
Antes de entrar, recebemos roupas térmicas e luvas especiais que o próprio local fornece, porque lá dentro a temperatura fica entre -5 °C e -8 °C. Tudo é feito de gelo: as paredes, as mesas, as cadeiras e até os copos onde os drinks são servidos! É como entrar em um pequeno mundo congelado, iluminado por luzes coloridas que tornam o ambiente ainda mais surreal.
A entrada dá direito a permanecer um tempo determinado lá dentro (porque ninguém aguenta muito tempo naquele frio!) e geralmente inclui um ou dois drinks servidos no copo de gelo!
Vale muito a pena incluir esse passeio no roteiro, principalmente se você gosta de viver experiências diferentes e instagramáveis. Eu amei!